Editorial
Devemos repensar como nos locomovemos?
Ainda vivendo as atividades da semana do trânsito em Pelotas, pouco se parou para pensar: o nosso trânsito é um problema? Em uma cidade muito "carrocentrada", pouco se fala em outras saídas. Para piorar, desde domingo o transporte coletivo está com reajuste nos valores, devido ao fim do subsídio federal que baixou os valores por quase um ano. Ou seja, menos um estímulo. Além disso, a matéria da página 7 de hoje mostra que, ainda por efeito das chuvas, muitas linhas não passam em locais específicos da cidade, necessitando de desvio.
Embora seja uma cidade plana e já com bons quilômetros de ciclofaixas e ciclovias, Pelotas também é pouco ciclista, no geral. Problemas nessas estruturas são comuns, mas a cultura da bicicleta, embora cheia de benefícios, incluindo em áreas como saúde e meio ambiente, ainda não pegou de vez. Não sabemos se o causador é a falta de hábito, um estímulo mais firme (embora o BikePel seja uma valorosa política pública nesse sentido), ou se o comportamento em que o veículo também é status social.
São diversas as questões que permeiam o contexto de transporte. As opções por aplicativo parecem ter sido a principal a ganhar gosto no pelotense, mas não gera, necessariamente, impactos no trânsito. Talvez o contrário, são ainda mais carros na rua, em especial nos horários de pico. A maioria das empresas do setor têm uma opção de compartilhamento de viagem, mas alguém, de fato, usa isso? Além de tudo, a segurança também afeta nessa questão… A percepção geral é que esses transportes são uma saída para evitar beber e dirigir - um hábito, felizmente, cada vez menos comum -, ou para deslocamentos pontuais.
Ninguém tem que deixar de ter veículos, até porque eles são extremamente úteis e necessários. No entanto, há um uso exacerbado muitas vezes. No fim, pouco se evoluiu nos últimos anos em termos de ter menos carros nas ruas. Ambientalmente, estruturalmente e socialmente, isso acaba sendo um problema a curto e longo prazo. Enquanto isso, os engarrafamentos aumentam, e gestores públicos parecem correr atrás de soluções apenas estruturais, e raramente práticas, para lidar com isso.
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